O berço de Nelson Piquet

No último dia 04 de dezembro, o Autódromo Internacional de Brasília recebeu a última etapa do Campeonato Brasileiro da Fórmula Truck. A prova foi vencida pelo paulista Felipe Giaffone, que se sagrou campeão da temporada. A consagração de campeões no circuito brasiliense e a revelação de novos talentos teve início na fase de ouro do automobilismo nacional.

Na década de 1970, o Brasil sofria com a ditadura militar e o esporte surgia como uma das poucas artes livres de qualquer censura. Em 1972, o engenheiro Samuel Dias desenhou a pista da capital federal, com duas opções de traçado, ambas com uma reta oposta de 750 metros de extensão.

A inauguração oficial foi no dia 3 de fevereiro de 1974, com uma etapa extra – campeonato de Fórmula 1, que na ocasião recebeu o nome de "Grande Prêmio Presidente Médici", em referência ao presidente brasileiro da época. A prova teve 40 voltas e foi vencida por Emerson Fittipaldi a bordo de sua McLaren que se consagraria bicampeão da categoria no mesmo ano, seguido por Jody Scheckter e Arturo Merzário. Nesse GP de Brasília, o mundo da velocidade conheceu em seus bastidores um dos grandes gênios do esporte a motor mundial: Nelson Piquet.

Morador de Brasília desde a infância, Piquet pulou o muro dos boxes para invadir o circuito no dia dos treinos de sexta-feira em busca de trabalho. Por sorte, foi acolhido pela equipe Brabham, que o contratou para fazer diversos serviços desde soldar peças, limpar rodas de carros, até entregar lanches e varrer o chão. Daí pra frente todos conhece a trajetória desse carioca de nascimento e brasiliense por adoção. Três vezes campeão mundial de Fórmula 1 nos anos 1981,1983 e 1987.

Em 1988, seu nome passou a dar vida ao circuito de Brasília, já que antes era conhecido por "Autódromo Presidente Emílio Garrastazu Médici". Uma justa homenagem.

Em 1995, o autódromo foi arrendado do Governo do Distrito Federal por uma empresa de Nelson Piquet, a NZ Empreendimentos. De imediato foram realizadas obras de recuperação e infraestrutura como a instalação de iluminação no anel externo da pista, além da construção do Kartódromo.

Em 2001, durante uma sessão de treinos para a Stock Car, o piloto Laércio Justino morreu em um grave acidente na curva de entrada dos boxes. Ele rodou a mais de 170 km/h, passou por uma zebra, capotou e se chocou com um guincho. Justino foi atendido rapidamente pela equipe médica do autódromo e foi levado ao Hospital de Base, mas não resistiu aos ferimentos. Um triste episódio na história desse circuito.

O Autódromo Internacional Nelson Piquet possui seis curvas para a esquerda e seis para a direita. Sua extensão total é de 5475 metros. Sua parte mista é a que possui o maior tempo por volta dos circuitos brasileiros na atualidade. O anel externo tem 2119 metros e atualmente recebe a Stock Car e a Fórmula Truck.

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Fonte: Pelas Pistas

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