Perfil: Ingo Hoffmann

No próximo final de semana terá início mais uma temporada da Stock Car no circuito de Interlagos em São Paulo. E quando falamos de Stock não podemos deixar de citar uma das “lendas” de nosso automobilismo. Estamos falando de Ingo Hoffman

Ao longo de sua carreira foram mais de cem vitórias em pistas brasileiras, 76 apenas pela Stock, muitas delas obtidas em Interlagos. Números do currículo de Ingo Hoffmann, ex-piloto de Fórmula 1 , mais conhecido no País por seus 12 títulos na categoria.

Paulistano, nascido em 28 de fevereiro de 1953, desde criança era apaixonado por automóveis. Não pôde, entretanto, correr de kart por uma determinação de seus pais. Precisou, então, esperar a carteira de motorista, em 1971, para poder competir.

No ano seguinte, viu um anúncio de uma prova que aconteceria em Interlagos, o Festival do Ronco, com carros totalmente originais e pilotos novatos. Inscreveu-se para saber se levava jeito para a coisa e percebeu que era o caso: ultrapassou em média sete carros por volta e encerrou a disputa na sétima posição. Mas, após seis corridas, ficou sem dinheiro, situação contornada em 1973, quando o grupo em que seu pai trabalhava decidiu patrociná-lo.

Já em 1973 o Alemão, apelido de Ingo, obteve título da Divisão 3 e, na temporada seguinte, foi bicampeão. Disputou, paralelamente, a Fórmula Super Vê, estreando junto com Nelson Piquet.

Por influência de Wilsinho Fittipaldi, que já competia pela Copersucar na F-1, Ingo correu de F-3 inglesa em 1975. No fim daquele ano, em que vivenciou o dia a dia da nova equipe, fez seus primeiros testes pela escuderia brasileira. O Alemão saiu-se bem nos testes e, no lugar de Wilsinho, fez dupla com Emerson em 1976. De quatro corridas, só conseguiu, porém, classificação para largar na abertura da temporada. Em Interlagos.

Disputou mais duas etapas da F-1 em 1977. Em São Paulo, alcançou uma boa sétima posição e nada mais na categoria máxima do automobilismo. Mas Ingo continuou na Europa depois disso, na F-2, sempre bancado por patrocinadores que conseguia no Brasil. Já devendo dinheiro para amigos e familiares, retornou ao país em 1979.

Justamente nessa época estava sendo criada a Stock Car. Ingo, porém, inicialmente rejeitou a ideia de correr de turismo, porque ainda queria competir na Super Vê, o que não deu certo. Tendo conseguido patrocínio, foi para a Stock Car, na qual entrou na segunda etapa do campeonato porque seu carro não ficou pronto para a primeira.

O Alemão acabou levando os títulos de 1980, 1985, 1989, 1990, 1991, 1992,

1993, 1994, 1996, 1997, 1998 e 2002 da Stock. No ano de 1999, foi eleito pela Revista Racing o piloto do século no âmbito nacional.

Como Ingo sempre quis ser profissional no automobilismo e ganhar a vida correndo, teve de juntar dinheiro em diversas categorias durante um tempo, como o Campeonato de Marcas e Pilotos e o Brasileiro de Fiat Uno. Também correu alguns anos na Europa pela BMW nas célebres 24 Horas de Nurburgring e de Spa-Francorchamps.

Ingo deixou de ser piloto da Stock Car, categoria na qual obteve 76 vitórias, no fim de 2008, mas ainda tem envolvimento na categoria. Cuida do desenvolvimento de jovens pilotos e trabalha nos bastidores da equipe AMG.

Além disso, o pai de três filhos está à frente do Instituto Ingo Hoffmann, destinado a crianças com câncer. O nosso automobilismo deve muito a você Alemão…

Fonte: Coluna – Pelas Pistas

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