Perfil: Rubens Barrichello

O automobilismo brasileiro sempre foi admirado pela capacidade de produzir pilotos talentosos. Seguindo essa trilha, o paulista Rubens Barrichello, então uma criança de seis anos, estreou no automobilismo em 1978 com um kart dado de presente pelo seu avô. A bordo dele conseguiu um terceiro lugar em sua estreia. A primeira vitória veio duas corridas depois. A partir desse momento definitivamente Barrichello registrava o seu nome no automobilismo: Campeão Sul-Americano em 1986, penta campeão brasileiro e paulista. Os resultados levaram Rubinho para a disputa do Mundial de kart em 1987.

A carreira no kart fez com que Rubinho disputasse em 1989 a Formula Ford. Logo na sua estreia de baixo de muita chuva ele conquistou sua primeira vitória no torneio, no circuito de rua em Florianópolis. O resultado foi importante para que o piloto terminasse em terceiro lugar na classificação geral.

No ano seguinte depois buscando o sonho de chegar a Fórmula 1, Barrichello deixou a família e foi sozinho para a Europa disputar o Campeonato Europeu de Fórmula Opel. Novamente surpreendeu a todos conquistando o título logo na estreia.

Os anos seguintes foram repletos de conquistas para o jovem piloto: Campeão da Fórmula 3 Inglesa em 1991e terceiro colocado no campeonato europeu de Fórmula 3000 em 1992, o levaram  em janeiro de 1993 a fazer um teste na  Fórmula 1 pela equipe Jordan no circuito de Silverstone. Em seguida assinou contrato para correr a temporada do mesmo ano na escuderia irlandesa.

Mesmo com um carro nada confiável, Rubinho conseguiu marcar seus primeiros pontos na Fórmula 1 no Grande Prêmio do Japão disputado em Suzuka. Em 1994, veio o primeiro pódio na categoria, um terceiro lugar no GP do Pacífico, em Aida, também no Japão. Porém quis o destino escrever um capítulo triste nessa história. 

Durante os treinos para o GP de San Marino em Imola, Rubinho sofreu o acidente mais grave de sua carreira ao bater violentamente seu carro na mureta de proteção durante os treinos livres da sexta-feira.  A pancada lhe causou uma fratura no braço e diversas escoriações. Porém a maior dor estava por vir. No domingo, ele assistiu pela TV a morte do amigo Ayrton Senna.  Depois desse triste episódio, foi imposto a Barrichello, a responsabilidade de substituir o tricampeão mundial. A torcida brasileira acostumada com as vitórias adotou o piloto como seu mais novo ídolo. Porém não contava com um equipamento que lhe permitisse brigar por vitórias. Ainda assim  conquistou resultados expressivos naquela temporada, como a pole position para o GP da Bélgica, a primeira de sua carreira na categoria. A melhor posição do piloto pela Jordan foi o segundo lugar no GP do Canadá de 1995. A ausência de vitórias fez a opinião pública critica-lo duramente.  

Em 1997, Barrichello assinou com a equipe do tricampeão Jackie Stewart. Novamente ele provou ser um piloto de destaque, conquistando o 2º lugar no GP de Mônaco e mais três pódios no ano de 1999, mas as críticas e cobranças por vitórias se tornavam cada vez mais severas.Seu ótimo desempenho na Stewart lhe rendeu um contrato com a Ferrari para a temporada de 2000. Era a oportunidade que Rubinho tinha de reviver a fase vitoriosa do início da carreira. Logo em seu primeiro ano na escuderia italiana, Barrichello venceu o GP da Alemanha conquistando sua primeira vitória na categoria máxima do automobilismo. Foi um senhor cala boca a todos os seus críticos.

Entretanto o fato de estar em uma equipe de ponta fez aumentar sua  responsabilidade  e a torcida brasileira e a imprensa  exigia a conquista de  um título mundial. Nem as nove vitórias, 13 pole positions e dois vice-campeonatos durante os seis anos em que ficou na escuderia italiana, foram suficientes para convencer a todos. Além disso, teve que conviver com o estigma de ser o segundo piloto, tendo seu talento ofuscado pelos sete títulos mundiais de Michael Schumacher. Depois de sua saída da Ferrari em 2006, Barrichello ganhou uma nova chance da equipe Honda, mas ali não encontrou um carro competitivo. Mesmo assim, ele garantiu trinta pontos naquela temporada. No ano seguinte foi ainda pior, já que pela primeira vez e única na história, ele não marcou nenhum ponto em toda a temporada.  

A superação sempre foi uma característica de Barrichello. Em 2009 fez um ano brilhante com a equipe Brawn GP disputando metro a metro o título mundial com seu companheiro Jenson Button, decidindo o campeonato só na penúltima prova em Interlagos. Devido ao excelente desempenho de Button na primeira metade da temporada, o título acabou nas mãos do Inglês. Agora prestes a fechar contrato com a equipe KV Racing para disputar a Fórmula Indy.

Fica aqui nossa torcida para que assim como em  2000, Rubens Barrichello dê a volta por cima e possa ocupar as primeiras posições novamente, calando a boca daqueles que o criticam sem conhecimento de causa.  

Fonte: Coluna – Pelas Pistas

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