A Polícia Federal (PF) apreendeu na manhã desta sexta-feira (7), em Curitiba, o carro do jogador de futebol pentacampeão mundial e do Atlético-PR Kleberson. O mandado de apreensão do veículo modelo Jeep Hummer, cor preta, foi cumprido por volta das 6h na casa do jogador, durante a Operação Black Ops, deflagrada pela PF em 14 estados brasileiros e no Distrito Federal.
A ação que tem o objetivo de prender integrantes de uma organização criminosa que atua no Brasil e em outros países também investiga crimes tributários, de lavagem de dinheiro, contrabando e exploração de máquinas caça-níqueis.
De acordo com a PF, o único mandado de apreensão a ser cumprido na operação no Paraná era esse. A assessoria da PF informou que o jogador José Kleberson Pereira não apresentou resistência ao cumprimento do mandado e foi extremamente atencioso com os policiais. Os policiais disseram acreditar que o jogador esteja "de boa fé".
O carro importado dos Estados Unidos de forma ilegal foi levado para o pátio da Receita Federal de Curitiba e futuramente o proprietário deverá prestar esclarecimentos à polícia. O valor de mercado de um Jeep Hummer usado varia a partir de R$ 80 mil. Um modelo novo custa R$ 200 mil.
Kleberson está com o ombro machucado e foi liberado do tratamento no Centro de Treinamentos do Atlético-PR para resolver o problema.
Às 20h desta sexta-feira, a assessoria do jogador divulgou uma nota sobre o episódio, informando que "o automóvel foi adquirido no mês de abril de 2010, numa empresa em regular funcionamento no Rio de Janeiro. O valor devido foi integralmente pago, da forma ajustada". O jogador ainda afirmou desconhecer qualquer irregularidade relativa ao referido automóvel e ao negócio realizado.
A quadrilha investigada pela polícia atua na importação de veículos de luxo usados, prática que de uma forma geral é proibida pela legislação brasileira. A pena para o crime de contrabando é de um a quatro anos de reclusão. Também há suspeita de sonegação fiscal nas operações comerciais de várias importadoras e revendedoras investigadas.
A Operação Black Ops deve cumprir 119 mandados de busca e apreensão e 22 de prisão, segundo informou a assessoria da PF no Rio, após 2 anos de investigações.
Leia a nota enviada pela a assessoria do jogador na íntegra
"Diante das notícias veiculadas no dia de hoje pela imprensa, dando conta de que a Polícia Federal apreendeu um veículo de minha propriedade, venho esclarecer o seguinte: o referido automóvel foi adquirido por mim no mês de abril de 2010, numa empresa em regular funcionamento na cidade do Rio de Janeiro. O valor devido foi integralmente pago, da forma ajustada, e consta da nota fiscal que foi emitida em meu nome. Portanto, desconheço qualquer irregularidade relativa ao referido automóvel e ao negócio por mim realizado. Já contratei, inclusive, o escritório de advocacia PAULO FREITAS RIBEIRO ADVOGADOS ASSOCIADOS, sediado no Rio de Janeiro, para demonstrar a minha boa-fé e postular os direitos que entendo possuir".
Fonte: g1.globo.com